terça-feira, 8 de setembro de 2009

O Segundo Ciclo Missioneiro

Ilustração do confronto entre índios e bandeirantes, do artista José de Miranda

A conquista e a colonização dos espanhóis na América estavam embasadas na evangelização e civilização, dentro do preceito europeu, prosseguindo a mesma idéia que motivou a luta contra os mouros durante a reconquista da Espanha, ou seja, estavam a serviço da Igreja e do rei da Espanha. Nesse sentido, os padres jesuítas fundaram as reduções modificando os valores morais e toda a estrutura política, social e econômica a qual essas etnias estavam acostumadas. Em vários lugares da atual América Latina, esse processo serviu para que os colonizadores espanhóis garantissem mão-de-obra obediente e barata.
A atuação dos jesuítas na América do Sul, mais precisamente na Província do Paraguai, que compreendia regiões do Brasil, Argentina, Paraguai e Bolívia, foi durante os primeiros contatos repelida pelos indígenas. E mais tarde, como já foi falado anteriormente, tiveram de adiar seus projetos devido à atuação das bandeiras paulistas.
O começo dos chamados Sete Povos das Missões, após os ataques do primeiro ciclo na região do atual Rio Grande do Sul, começa em nas duas últimas décadas do século XVII. Conforme Flores:

"A fundação da colônia do Santíssimo Sacramento no rio da Prata, em 1680, e as descidas constantes dos portugueses para o sul, em busca do gado e de comunicação com o seu entreposto comercial meridional, fez com que a política espanhola impelisse os jesuítas e catecúmenos guaranis a cruzarem novamente o rio Uruguai, fundando a redução de São Francisco de Borgia , em 1682, iniciando outra fase missioneira, que durou até 1768, sob a orientação da Companhia de Jesus". (FLORES, 1983: 22)

Com a fundação da redução de Santo Ângelo Custódio em 1707, elevaram-se a trinta o número de reduções e a sete o número de Povos no atual território brasileiro. Segundo alguns estudiosos as reduções eram Estados Teocráticos, ou seja, regidos pelo catolicismo independente do rei de Espanha, mas pelo contrário, todas as decisões políticas e econômicas dependiam da Coroa espanhola. Vários documentos comprovam a autoridade do rei sobre as missões: burocracias sobre as decisões políticas, leis, audiências e até tributos eram cobrados dos novos vassalos de Espanha. Além disso, os indígenas reduzidos prestavam um serviço fundamental, o de defesa da fronteira contra a expansão lusitana. “Portanto, a localização das Reduções não obedeceu a interesses políticos e nacionalistas, mas para a defesa das fronteiras”.( BRUXEL, 1987: 25)

Fonte:
BRUXEL, Arnaldo. Os trinta povos Guaranis. Porto Alegre: EST/Nova Dimensão, 2ª ed. 1987.
FLORES, Moacyr. Colonialismo e Missões Jesuíticas. Porto Alegre, EST/ Instituto de cultura Hispânica do Rio Grande do Sul, 1983.

Um comentário:

  1. gostei do blog
    e vou usar essa postagem de vcs no meu trabalho de hist... BJ valeu

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