sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A Arte nas Missões

Imagem do Cristo Morto. Esculpida por artista guarani por meados do séc. XVIII. Encontra-se no interiro da Catedral Angelopolitana.


A arquitetura missioneira seguia o estilo barroco. Porém, possuia características próprias, principalmente no que se refere à estatuária. Segundo estudiosos, apesar de serem exímios imitadores, os guarani incluiram em suas imagens e esculturas características e feições próprias, por isso criou-se a denominação de arte barroco-missioneira para esse estilo desenvolvido nas reduções. Muitas esculturas tinham os pés, mãos e cabeças vindas da Europa as quais tinham o corpo com vestimentas celestiais esculpidas pelos artesões reduzidos. Muitos exemplares dessas obras resistiram ao tempo e ainda se conservam até os dias atuais. A arte visual não desenvolveu-se a um grau mais apurado porque não havia uma exigência por parte dos padres e dos guarani, pois essa arte assim como as demais modalidades desenvolvidas, cumpriam exclusivamente uma função catequética.
Conforme Bruxel, os jesuítas souberam utilizar esses dons artísticos dos guarani para a expansão do cristianismo e para isso desenvolveram as artes rítmicas:

"Como músicos e cantores, também os dançarinos indígenas não eram simples amadores, mas profissionais, com longos anos de exercícios diários. Começavam a dançar desde os seis ou sete anos. Em vez do trabalho na roça ou na oficina, tinham eles ensaio de canto, música e dança, por algumas horas diárias; aos domingos e festas ensaiavam também melodramas. Canto, música, dança e melodrama eram as principais diversões do povo nas muitas e grandes festividades. Os melodramas eram muitos e bem variados. Vibravam os guarani com as batalhas entre 'espanhóis e sarracenos', ou entre 'anjos e demônios'". (BRUXEL, 1987: 78)

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